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A história colorida da bandeira do Orgulho LGBTQIA+

Como é que esta bandeira se tornou um símbolo do orgulho LGBTQIA+?

Esta bandeira, icon da comunidade gay, é um símbolo por todo o mundo e foi utilizada pela primeira vez em na parada de São Francisco em 1978. Nessa altura, a bandeira tinha 8 cores e havia sido desenhada pelo artista e ativista gay Gilbert Baker a quem foi encomendado desenhar algo que pudesse representar a comunidade LGBTQ pelo seu amigo Harvey Milk, o primeiro oficial abertamente gay eleito na Califórnia.

Nesse dia, Baker, juntamente com trinta voluntários tingiram à mão e cozeram duas bandeiras gigantes que mais tarde hastearam sobre o UN Plaza, perto do centro da cidade. A inspiração por de trás do design veio: na bandeira dos EUA, que celebrava o seu bicentenário em 1976; o movimento da Pop Art que definiu as décadas precedentes dos anos 70 com um investimento otimista em novas e contemporaneas ideias e, claro, no arco-íris.

A bandeira do orgulho LGBTQ em 1978 desenhada pelo artista e ativista gay Gilbert Baker © Ale_Mi/Depositphotos – Imagem de capa – ©marcbruxelle/Depositphotos

Antes disso, o mais popular emblema da comunidade gay era o triângulo cor-de-rosa, um símbolo da perseguição aos homens homossexuais na Alemanha Nazi. Apesar da prevalência do triângulo cor-de-rosa, Baker tinha algumas reservas de consciência com a sua história polémica “Precisávamos de algo belo. Algo para nós” argumentou.

E então, a bandeira do orgulho gay foi criada com 8 cores diferentes, cada uma com o seu próprio significado, atribuído por Baker. Rosa choque pela sexualidade, vermelho pela vida, laranja pela cura, amarelo pelo sol, verde pela natureza, azul turquesa pela arte, indigo pela harmonia e violeta pelo espirito.

Mais tarde a bandeira viria a ser simplificada para uma versão de 6 cores apenas, que é a mais utilizada atualmente. Rosa choque e turquesa foram removidos pois a tinta rosa era mais difícil de encontrar e porque 7 faixas eram mais difíceis de produzir. Ainda assim, o espectro de cores que ficou continua a refletir a imensa diversidade da comunidade LGBTQ+.

A bandeira original Pride foi criada com 8 cores diferentes e mais tarde simplificada para para 6.

Mas o estabelecimento da bandeira como símbolo da comunidade não foi imediato. Apenas em 1994 é que a bandeira arco-íris do orgulho gay se estabeleceu verdadeiramente como um símbolo.

À medida que o movimento LGBTQ+ se tornou mais inclusivo e consciente, vários segmentos criaram as suas próprias bandeiras e variações da bandeira do orgulho. A maior parte destas bandeiras inclui o design original mas adicionam mais cores e elementos para reconhecer as várias pessoas dentro das comunidades.

A tendência das novas bandeiras estão em constante evolução e em 2018 o designer Daniel Quasar adicionou uma seta de 5 cores para criar maior ênfase na inclusão e progresso com 5 linhas em forma de seta para representar os tons de pele marginalizado assim como o rosa claro, azul claro e branco tal como são usados na bandeira de orgulho transgênero.
Bandeira Pride LGBTQIA+ desenhada por Daniel Quasar em 2018

Este ano, o vice-presidente de Design da Lego Matthew Ashton revelou “Everyone is Awesome” o set inaugural LGBTQIA+. Como parte da comunidade ele próprio, Ashton inspirou-se na bandeira original arco-íris de Baker, conjugando as cores originais com o azul claro, branco e rosa claro para representar a comunidade trans e o preto e castanho para incluir os tons vários tons de peles e descendencias.

Entretanto o gigante do desporto, Adidas também lançou uma coleção Pride a par com uma campanha a nível global de membros influentes da comunidade LGBTQ+ já a Disney decorou tudo desde a roupa aos acessórios em tons de arco-iris doando fundos para suportar comunidades LGBTQ e causas por todo o mundo.

© Lego

Apesar dos receios que esta lavagem arco-íris pode causar, é motivo de celebração o design original de Baker continuar vivo atualmente e em tantos meios, suportes e após tantas evoluções. É reflexo do papel cada vez mais ativo da comunidade LGBTQ na comunidade mas também um lembrete do trabalho que é necessário ser feito.

Gilbert Baker faleceu em 2017 com 65 anos. Alguns anos antes da sua morte, revelou o raciocínio por de trás do design da bandeira numa entrevista ao MoMA, reiterando que o arco-íris é o símbolo apropriado devido à sua beleza, felicidade e poder “O arco-íris é tão perfeito porque de facto assenta em toda a nova diversidade em termos de raça, género, idades e todas essas coisas. Adicionalmente é uma bandeira natural, veio do céu!”

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